O segundo passo para o atendimento consiste em avaliar a cinemática do trauma. Essa etapa é importante, já que permite o entendimento de como ocorreu o acidente e, a partir disso, raciocinar sobre os principais achados que poderão ser encontrados naquele paciente. Por exemplo, no caso de um acidente automobilístico envolvendo dois carros, o socorrista deve questionar as testemunhas do acidente sobre como foi o choque, a que velocidade os motoristas estavam, para determinar a força e a energia envolvidas nesse acidente. Vale destacar ainda, que marcas no carro, como furos no para-brisa ou na lataria devem ser analisadas. Tudo isso permitirá que você pense em prováveis lesões e, assim, possa direcionar seus esforços e proporcionar à vítima um atendimento mais eficiente e assertivo.
Após concluir essas etapas adequadamente, é necessário que você acione uma equipe de emergência, para que essa possa dar-lhe apoio. Tal apoio pode ser para o atendimento de mais pacientes ou com mais recursos para avançar nos atendimentos. Lembre-se que o número da emergência (SAMU) é 192. Esse serviço tem com função chegar o mais rápido possível à vítima após a ocorrência de algum acidente que exija urgência ou emergência no atendimento, para que possa evitar sequelas, sofrimento ou, até mesmo, a morte da vítima.
A – vias aéreas e controle da coluna cervical
A avaliação das vias aéreas e as condutas que garantem a sua permeabilizarão é prioridade no trauma. As principais causas de obstrução das vias aéreas são: queda da língua em pacientes inconscientes, presença de corpos estranhos, sangue e restos alimentares, fraturas de fase, traumas cervicais (ruptura da laringe e traqueia).
A maneira mais simples de diagnosticar problemas com as vias aéreas é através da resposta verbal da vítima, pois estando esta respondendo evidencia-se a permeabilidade das vias. Sinais como agitação, cianose ou respiração ruidosa podem significar obstrução das vias aéreas.
Outra questão importante neste item refere-se a colocação do colar cervical na vítima pois o politraumatizado até que provem o contrário é portador de lesões de coluna cervical.
B – Respiração e ventilação
A primeira etapa do atendimento inicial apenas garante ao paciente permeabilidade de suas vias aéreas, mas isso não significa que este esteja com ventilação adequada. Sendo assim torna-se fundamental a avaliação das condições ventilatórias do paciente.
A ventilação pode estar prejudicada por obstrução das vias aéreas, como por alterações da mecânica ventilatória ou por depressão do nervoso central. Formas de diagnosticar problemas de ventilação: procurar movimentações simétricas do tórax, caso haja assimetria sugere-se fraturas ou tórax flácido, frequência respiratória elevada pode indicar falta de ar, o oxímetro d pulso pode ajudar a identificar se a ventilação está sendo eficiente.
C – circulação com controle de hemorragia
A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a causa principal d morte nas primeiras horas após o trauma. Hipotensão arterial em vítimas de trauma deve ser sempre considerada como consequência de hipovolemia. Alguns parâmetros são de fundamental importância na avaliação inicial e determinação da hipovolemia: nível de consciência, coloração da pele, frequência cardíaca, pressão arterial, sudorese.
Tão importante quanto o diagnóstico do choque hipovolêmico é a determinação do ponto de sangramento. Após a localização da hemorragia medidas de contenção devem ser tomadas a fim de evitar lesões irreversíveis no paciente é até o seu óbito.
D – Exame neurológico
É uma rápida avaliação do estado neurológico deve determinar o nível de consciência e a reatividade pupilar do traumatizado. O rebaixamento do nível de consciência é indicativo de diminuição da oxigenação, lesão direta do encéfalo ou uso de drogas e/ou álcool. Na avaliação inicial, utiliza-se o método AVDI.
A: alerta;
V: resposta ao estímulo verbal;
D: responde a estímulos dolorosos;
I: responsivo aos estímulos.
O exame neurológico mais detalhado do paciente deve ser realizado posteriormente e o mesmo deve ser realizado posteriormente e o mesmo deve ser classificado de acordo com a escala de coma de Glasgow que irá melhor definir qual o estado neurológico do paciente.
E – exposição da vítima com controle da hipotermia
O paciente traumatizado deve ser completamente despido para facilitar o exame completo e a determinação de lesões que podem comprometer a sua vida. Para se evitar movimentos de fraturas ou luxações, as roupas devem ser cortadas antes da remoção.
A proteção do paciente contra hipotermia é de suma importância, pois cerca da metade dessas vítimas desenvolvem este tipo de alteração durante o atendimento inicial. A hipotermia exerce efeitos deletérios sobre o organismo do traumatizado portanto, deve protegido contra o frio através de cobertores aquecidos e infusão de líquidos.
É importante a utilização, pelos socorristas, da manta térmica. Ela retém o calor da vítima mantendo-a aquecida. O calor do sol também ajuda.
Outro ponto fundamental do atendimento pré-hospitalar é a parada cardiorrespiratória, saber identificá-la é fundamental para diminuir prováveis lesões cerebrais. Existem três passos fundamentais para o socorro a vítima:
1° – chamar o socorro, cheque o estado da vítima, se a vítima não responde chamar o SAMU 192 imediatamente.Após iniciar o procedimento de ressuscitação cardiopulmonar;
2° – reanimação precoce com ênfase nas compressões torácicas;
3° – desfibrilação rápida e precoce, nesse último é usado o desfibrilador identificando o ritmo cardíaco da vítima, decidindo se esse ritmo é ou não desfibrilhável e auxiliar nas manobras de ressuscitação.
Após isso se conseguirmos ressuscitar o nosso paciente é necessário a estabilização dele, a qual é feita já na ambulância de suporte avançado ou já no hospital. Os minutos decorrentes desse tempo de compressões e uso do desfibrilador podem ser cruciais no que diz respeito a vida da vítima, pois são os minutos de ouro dentro do atendimento pré-hospitalar.
O atendimento pré-hospitalar é importantíssimo para o socorro de vítimas, independente do motivo. Ter conhecimento para executar manobras em situações extremas é obrigação de qualquer profissional da saúde.
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