Todo o esforço da equipe multidisciplinar é realizado para oferecer conforto e autonomia. Os cuidados paliativos modernos são divididos em três graus de complexidade. Os cuidados paliativos gerais são empregados a partir do diagnóstico em progressão; e buscam atender toda variedade de sintomas que se manifestam. Já os cuidados paliativos específicos aparecem nas últimas semanas ou últimos seis meses de vida, a partir do momento em que é verificado o estado progressivo de declínio.
Já os cuidados paliativos ao fim de vida compreendem o terceiro grau e são lançados, em geral, nas últimas 72 horas de vida. Quando uma doença como câncer é diagnosticada em estágio avançado e não há mais chance de tratamento curativo, entra em cena o cuidado da unidade de paliativo terminal. As técnicas auxiliam no manejo dos sintomas, além, é claro, dos aspectos psicossociais associados à doença.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), ao definir o que são os cuidados paliativos, buscou incluir a família como parte do processo de cuidar, ao afirmar que tais cuidados devem seguir uma abordagem e prática interdisciplinar na qual se propõe a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares na condição de terminalidade de uma pessoa, em busca de aliviar o sofrimento e a dor diante de problemas físicos, psicossociais, culturais e espirituais, a fim de proporcionar uma morte digna, livre de aflição e agonia. E, entre os seus princípios filosóficos, reafirma que a equipe deve oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com o processo de adoecimento do paciente, assim como com o seu próprio luto.
Diante dessa definição, é possível inferir que a família deve participar do processo de tomada de decisões, fortalecendo o apoio, a confiança e o reconhecimento da sua relevância na vida do seu ente querido. E a equipe de cuidados paliativos deve atentar para as necessidades de cuidados para com a família, assistindo-a da melhor maneira possível como parte da unidade de cuidados - paciente e família.
O cuidado aos familiares é parte integrante dos cuidados ativos e integrais à pessoa com uma doença limitadora da vida. E, como membro da equipe de cuidados paliativos, o enfermeiro deve buscar interagir com a família, de modo que seja possível observar como esta tem vivenciado o processo de morrer de seu ente querido, com a finalidade de analisar e compreender como esses familiares enfrentam e lidam com as dificuldades advindas da doença do seu membro familiar, para que, assim, possam ser repensadas novas estratégias que busquem minimizar o sofrimento e auxiliar no enfrentamento das dificuldades.
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